A necessidade de novas fontes de nutrientes para a agricultura vem sendo suprida, em alguns casos, por fontes orgânicas, como dejetos de animais ou lodos de estações de tratamento de efluente (ETE). Entretanto, essas fontes alternativas possuem contaminantes de difícil degradação, como fármacos, decorrentes da administração medicamentosa para animais e/ou humanos. Desta forma, a incorporação de lodo de ETE em solos constitui-se uma fonte de acesso e contaminação dos solos e águas por micropoluentes, adicionalmente aos contaminantes convencionais. Diante dessa problemática, no presente projeto busca-se avaliar as respostas bioquímicas e de estresse oxidativo em minhocas (Eisenia andrei) expostas a solos incorporados com diferentes concentrações de lodo de ETE sanitário contendo fármacos. O experimento será conduzido no laboratório da Uergs em Três Passos, com a utilização de solo de mata da região e lodo biológico de uma ETE de Porto Alegre. Serão efetuadas análises físico-químicas do solo e lodo, bem como análises de cromatografia líquida acoplada a espectrometria de massas para determinação de fármacos e hormônios no lodo, as quais serão realizadas na UFSM. Para realização do teste ecotoxicológico, as minhocas (Eisenia andrei) serão expostas a diferentes percentuais de lodo de ETE incorporados em solo de mata, livre de fármacos, o qual também será empregado como controle. Os tratamentos contemplarão a incorporação de lodo nos percentuais: 0, 3, 6, 12, 25, 50, 75 e 100%. Cada tratamento contará com três repetições, com 10 minhocas cada unidade experimental. O experimento será conduzido em incubadora BOD a 22 ºC, com coleta de três indivíduos no 7º, 14º e 28º dia de avaliação, para realização dos ensaios enzimáticos. Serão analisadas a atividade das enzimas catalase (CAT), glutationa S-transferase (GST) e acetilcolinesterase (AChE), assim como análise de estresse oxidativo por meio dos níveis de peroxidação lipídica quantificada pelo ensaio TBARS. Os resultados serão submetidos a análise estatística, no pacote R, em comparação ao grupo controle (0%) com análise de variância de dois fatores. Assim, o estudo permitirá identificar os efeitos adversos sobre minhocas, devido a incorporação de lodo biológico no solo, bem como conhecer a tolerância da espécie a poluição ambiental.