O manganês é um elemento que ocorre tanto de maneira natural, quanto de forma antrópica, sendo utilizado para fabricação de produtos industriais. Em condições normais, o manganês possui funções fisiológicas no organismo humano. Entretanto, diversos estudos relatam que exposições prolongadas ou a concentrações elevadas deste metal relacionam-se à neurotoxicidade em humanos e animais. O objetivo deste estudo foi avaliar alterações genotóxicas induzidas por concentrações ambientalmente relevantes de cloreto de manganês (MnCl₂) em peixe-zebra através do ensaio cometa. Para isto, peixes adultos Danio rerio (n=5) passaram por exposição aguda (96 horas) de 0.5 mg L^-1 a 16 mg L^-1 de MnCl₂ e exposição crônica (30 dias) a 0.5e 4.0 mg L^-1 de MnCl₂. Os animais foram sacrificados por secção caudal (protocolo CEUA: 02.16.046 de 2016), obtendo 5 µL de sangue que foram misturados à soro fetal bovino e agarose Low Melting. O conteúdo foi transferido para lâmina coberta com agarose regular e coberto com lamínula. Após a solidificação, as lâminas foram imersas em solução de lise para posterior realização da migração eletroforética de DNA em tampão alcalino. Após a corrida, as lâminas foram lavadas em água de osmose reversa, fixadas em etanol e refrigeradas até a coloração (DAPI) e análise. As imagens foram digitalizadas por câmera acoplada ao microscópio de fluorescência. A análise se deu pela categorização de 100 células por animal, conforme tamanho da cauda do cometa, variando de 0 (nenhum dano genético e ausência de cauda) à IV (dano genético máximo). Os dados foram expressos pelo cálculo do índice de dano genético, multiplicando o número total de células de cada classe pelo respectivo valor da classe. A estatística foi obtida pelo teste de Kruskal-Wallis e pós-teste de Dunn (α=5%). O maior índice de dano ao DNA foi apresentado pelos peixes expostos agudamente a 16 mg L^-1 de MnCl_2, diferindo significativamente do grupo controle (p=0.025). Não houveram diferenças significativas no índice de dano genético dos animais da experimentação crônica (p=0,29). Dessa forma, altas concentrações de manganês (II) presentes no ambiente refletem em danos ao DNA, ressaltando a importância da descontaminação para combater distúrbios futuros na vida humana e animal.