Com alto valor nutricional e de fácil cultivo (muitas crescendo de forma espontânea em jardins, canteiros e até calçadas), Plantas Alimentícias não Convencionais (PANC) como a ora-pro-nóbis, a serralha, o dente-de-leão, o caruru, a beldroega, o lírio-do-brejo, a urtiga, o picão-preto e as folhas da batata-doce, entre tantas outras, já tiveram grande prestígio no passado, tendo sido fundamentais para a sobrevivência de muitos povos antigos. Apesar da importância histórica e cultural, o conhecimento sobre as diversas flores, frutos, hortaliças, raízes e caules, que hoje não nos são comuns, mas podemos acrescentar em nossas refeições, foi se perdendo, junto com o costume de buscar o próprio alimento na natureza e realizar seu preparo. Com o objetivo de reascender o saber ancestral e popular na comunidade sobre o consumo correto das PANC, além de ofertar um contato direto entre os interessados pela (re)conexão com a terra, o projeto intitulado como “Horta PANC: identificação e consumo seguro das plantas alimentícias não convencionais” visa a construção de um espaço referência para a identificação das Plantas Alimentícias não Convencionais e divulgação do seu potencial alimentício, resgatando e promovendo a possiblidade de melhor reconhecimento e uso de nossa agrobiodiversidade. Para isto, estão previstas oficinas interativas de identificação das PANC e oficinas gastronômicas, abertas ao público em geral, onde estas plantas serão utilizadas como ingredientes principais ou secundários nos pratos culinários. A fim de estimular o aprendizado e reconhecimento correto das PANC, placas com nomes comuns e científicos das plantas estarão distribuídas na horta, facilitando a identificação das mesmas. Também será possível a realização de visitas ao espaço, através de agendamento prévio de horário, onde responsáveis estarão disponíveis para atender o público. Através do projeto, busca-se conscientizar um maior número de pessoas sobre o rico potencial gastronômico, nutricional e sustentável que está ao nosso redor, em nossos pátios, hortas ou lavouras, mas esquecidos na atualidade, além de estimular o contato com a natureza e o resgate dos conhecimentos referentes a espécies comestíveis que foram deixados como legado por nossos ancestrais.