Sistema Eletrônico de Administração de Eventos - UERGS, IX SIEPEX - IX Salão Integrado de Ensino, Pesquisa e Extensão

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MENINAS NAS CIÊNCIAS: VENCENDO DESAFIOS PARA A INCLUSÃO E DIVERSIDADE DE GÊNERO E RAÇA
Tássia Larrine Santos da SILVA, Priscilla Mena ZAMBERLAN, Marta Regina dos Santos NUNES

Última alteração: 2019-06-12

Resumo


Apesar dos avanços conquistados pelo movimento feminista desde o século XX, as mulheres enfrentam inúmeras dificuldades para alcançar sua qualificação profissional devido à onipresente cultura do machismo na sociedade brasileira. A despeito dos direitos assegurados pela Constituição de 1988 e de ações afirmativas que visam à igualdade racial e de gênero, as mulheres, sobretudo as mulheres negras, lutam contra uma cultura social que insiste em associá-las à subalternidade. Os estereótipos de gênero são generalizações sobre os papéis de cada gênero. Os estereótipos étnicos, normalmente pejorativos, também desempenham um papel importante no acesso à educação de grupos historicamente excluídos, como negros e indígenas. Em todo o mundo, as mulheres permanecem desconsideradas nos chamados campos da STEM (sigla em inglês para “Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática”), em boa parte devido a papéis diferenciais de gênero. A experiência das mulheres negras é um pouco mais complexa, devendo-se levar em consideração que as experiências dessas mulheres são resultado das interconexões entre múltiplos sistemas de opressão. O objetivo geral da presente proposta é, a partir de práticas pedagógicas nas áreas das Ciências Naturais com meninas da periferia de Santa Cruz do Sul, promover uma educação não sexista e não racista, por meio da desconstrução de estereótipos de gênero e raça, visando à promoção de um maior número de mulheres nessas áreas do conhecimento. A proposta de extensão pretende realizar atividades em turno inverso ao das aulas do 6o ao 9o da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Alfredo José Kliemann, objetivando fomentar a elevação da autoconfiança e da autoestima de meninas em idade de definição profissional e de vida, trabalhando desde palestras motivacionais e recursos audiovisuais que visibilizem a contribuição das mulheres no desenvolvimento científico e tecnológico da nossa sociedade até atividades experimentais no campo das ciências naturais (biologia, química, etc). Existem relatos de atividades similares evidenciando que o trabalho em sala de aula ou extraclasse com atividades de pesquisa, ensino e extensão pode servir como ferramenta na minimização dos efeitos deletérios do machismo e do racismo e auxiliar na promoção da dignidade de meninas em situação de vulnerabilidade social.


Palavras-chave


Mulheres; Ciência naturais e exatas; Inclusão

Referências


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