O crescimento da população mundial aumenta significativamente a demanda por alimentos, sendo necessária a busca por alternativas para diversificar as formas de produção, considerando também a saúde da população, a redução nos custos de produção e as boas práticas de sustentabilidade. Um dos sistemas de produção que atende essas necessidades é a aquaponia, que integra a produção hidropônica de hortaliças e a aquicultura, em círculo fechado de fluxo de nutrientes, em que os efluentes dos tanques dos peixes fornecem nutrientes para as hortaliças. O sistema permite combinar produção orgânica, associada à economia de água e redução da área de cultivo, mantendo bom potencial de produtividade, constituindo-se um modelo eficiente e sustentável para a pequena propriedade. O objetivo do trabalho foi implantar um sistema de aquaponia com manejo orgânico de produção, como forma de diversificação e complementação da renda para a produção familiar. Elaborou-se um modelo de sistema a partir da revisão de literatura, implantado em propriedade rural de Barros Cassal/RS, em área de aproximadamente 40m². Utilizou-se uma caixa d’água com capacidade de 1.000l, como tanque para os peixes, canos de PVC de 75 mm como calhas de cultivo, duas bombonas de 200l com função de decantador e um filtro biológico com argila expandida. Para promover a recirculação da água utilizou-se uma bomba com capacidade de 2.300l/h.  A estrutura do sistema possui capacidade para produção de 200 pés de alfaces/mês e 100 tilápias/nove meses. Em 10 de novembro de 2018 foram introduzidos 100 alevinos de Tilápias Gifts no tanque. Nas calhas de cultivo foram introduzidas 200 mudas de alface crespa, variedade crespa, em 10 de novembro 2018. A alface apresentou bom desenvolvimento, sendo que ao final de 30 dias foram colhidas 100% das unidades introduzidas no sistema. Enquanto que a produção de peixes apresentou um fator limitante, que foi o desenvolvimento de algas, acarretando baixa oxigenação da água, provocada pela decomposição desses microrganismos. Amostras de água foram levadas ao laboratório e as algas foram classificadas como Euglenophyceae e Clorophyceae. Os resultados parciais podem ser considerados satisfatórios, porém serão necessários ajustes no manejo para atingir o máximo potencial de produtividade do sistema.