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Este é um trabalho desenvolvido a partir do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid), na Escola Estadual de Ensino Fundamental Adelaide Sá Brito, na cidade de Montenegro, em 2018/2, com estudantes do 9º ano. A partir das observações notou-se que a turma mantinha relações baseadas em desrespeito e diferentes formas de violência. Assim, este projeto de ensino foi criado como uma possibilidade de abertura para a reflexão e expressão consciente do corpo-mente em dança, objetivando construir um espaço de conversa sobre as realidades dos estudantes através do corpo. Os objetivos específicos foram reconhecer o corpo humano e seu potencial motor/expressivo individual e coletivamente, e ampliar a percepção dos sentidos corporais, artisticamente. Os conteúdos destacados partiram das abordagens somáticas da dança para introduzir alguns aspectos da anatomia humana, percepção sensorial e motora, e expressividade. As metodologias de ensino se constituíram a partir da apreciação de audiovisuais; conversas; improvisação; jogos e registros gráficos. Também utilizou-se imagens, palavras, alimentos e objetos como vendas, bastões, linhas e as cadeiras da sala de aula durante as práticas, a fim de investigar movimentações partindo de estímulos externos ao corpo, ressignificando o próprio. Foram 5 encontros de 50 minutos, marcados pela incessante tentativa de manter a conexão entre todos os envolvidos. Assim, ao decorrer das aulas, fez-se evidente a gradual desenvoltura dos estudantes, e sua aproximação com a temática proposta. A conversa se deu como um caminho que liga a prática e o seu entendimento pelos alunos e bolsistas, e se fez presente em todas as aulas, mantendo o fluxo de dentro para fora e de fora para dentro (Miller, 2005) entre a expressão corporal e a verbal como formas variadas de comunicar-se. Alguns dos objetivos projetados ainda precisam ser aprofundados, mas existe a consciência de que foram provocadas pequenas rupturas no discernimento e na (des)construção do conhecimento tanto dos estudantes participantes, quanto o da própria dupla de bolsistas de iniciação à docência. Essas e algumas outras reflexões deixam o desejo de dar continuidade ao projeto e ampliar conhecimentos no ensino-aprendizagem da Dança.

Dança; Docência; Percepção