Última alteração: 2019-06-17
Resumo
Principal preocupação quanto à sanidade em grande parte dos rebanhos no estado do Rio Grande do Sul, o carrapato bovino tem representado um grande desafio à produtores e técnicos. Com ciclo evolutivo de apenas 21 dias, sua forma de vida parasitaria inicia ao instalar-se sob o hospedeiro, sendo que, em um determinado instante, 5% da população encontra-se nesta fase, enquanto os demais 95% está livre no ambiente. A alta capacidade de desenvolver resistência aos princípios ativos utilizados, e o manejo inadequado das aplicações tem contribuído para o desenvolvimento de resistência do parasita à esses produtos. Esse fato tem determinado a necessidade de sucessivas e cada vez mais frequentes aplicações de acaricidas, resultando em alto custo de produção, contaminação dos produtos carne e leite e elevado impacto ambiental. Meios alternativos tem sido estudados para reverter esse quadro, como a busca por agentes de controle biológico, que ocorram naturalmente no ambiente e que possam controlar as infestações ou auxiliar nesse processo de controle. Nesse sentido, a utilização de fungos entomopatogênicos como a espécie Beauveria bassiana, já extensamente empregada no controle de diversas pragas agrícolas, tem demonstrado eficiência in vitro, porém, quando levada a campo o seu efeito ainda tem sido considerado insatisfatório. Dessa forma, no presente estudo, serão isoladas cepas do fungo e testadas quanto a mortalidade de fêmeas ingurgitadas em condições de laboratório. A cepa julgada mais eficiente nesta etapa será submetida a ensaio a campo. Uma área equivalente a 12.000 m², naturalmente infectada de por larvas de carrapato bovino, será subdividida em duas partes iguais, sendo uma desta tratada com uma suspensão conidial na concentração de 108 conídios/ml-1 a cada 21 dias, enquanto a outra (controle) receberá o mesmo número e volume de aplicações apenas com o veículo da suspensão. Serão realizadas contagens do número de fêmeas ingurgitadas de 4,5 a 8,0 mm de diâmetro, de um lado do hospedeiro, no dia anterior às aplicações e no 17º, 19º, 21º, 26º e 33º dias após. Espera-se que a pulverização do pasto com a solução conidial de Beauveria bassiana aumente a concentração deste fungo no ambiente, controlando a infestação por carrapatos.