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Planta alimentícias não convencionais (panc) nativas são de grande importância, não somente do ponto de vista ecológico, mas também alimentar. São espécies bem adaptadas às condições de solo e clima, bem como incluem uma ampla diversidade de nutrientes, que se inseridos na dieta alimentar diária, podem contribuir para reforçar nossas defesas naturais. No entanto, caracterizam-se como recurso alimentar completamente negligenciado e praticamente não utilizado, sendo na maioria das vezes considerados “inços” ou “matos”.  Estudos básicos e aplicados a estas espécies são escassos em literatura, especialmente os que tangem a caracteres citogenéticos, reprodutivos e de composição nutricional, sendo fundamentais para que estas espécies possam ser reconhecidas e amplamente utilizadas. O estudo da viabilidade de grãos de pólen é parte da análise do comportamento meiótico, e fundamental na caracterização citogenética básica e aplicada ao melhoramento genético. Assim, esta pesquisa objetivou avaliar a viabilidade de grãos de pólen, através da utilização de corantes diferenciais, de três populações de grão-de-galo (Vassobia breviflora (Sendtn.) Hunz. - Solanaceae) e três de lírio-dos-incas (Alstroemeria psittacina Lehm. – Alstroemeriaceae), panc nativas em municípios do Vale do Taquari, RS. As análises foram realizadas no Laboratório Multilab na Unidade em Encantado. Botões florais em diferentes estágios de desenvolvimento, foram fixados em Carnoy (3 álcool :1 ácido acético) por 24 horas e transferido para álcool 70%, mantidos em geladeira, para análise posterior.  Para estimar a viabilidade polínica  utilizou-se dois corantes: carmim acético 2% e o corante diferencial verde malaquita. Foram contados, sob microscópio, 500 grãos de pólen por lâmina, totalizando 1.500. Os resultados parciais mostraram alta viabilidade de grãos de pólen, com 94,26% em grão-de-galo e 96,80% em lírio-dos-incas, observado para os dois corantes utilizados. Embora o corante diferencial, mostre a parede do pólen de verde e o protoplasma de roxo, não observou-se diferenças entre os corantes. Constatou-se que nestas espécies, não há formação de pólen sincronizada, ou seja, mesmo em flores mais desenvolvidas há anteras com pólen imaturo. Embora os resultados sejam parciais, e sejam necessárias análises da meiose, pode-se inferir, a partir destes resultados, que os gametas masculinos desenvolvem-se com normalidade, levando a boa produção de sementes.

Reprodução; Agrobiodiversidade; Gametas