O Parque Estadual de Itapeva (PEVA), localizado em Torres, é uma unidade de conservação que preserva uma  gama de ecossistemas costeiros e uma diversidade de espécies, entre as quais o Piru-piru (Haematopus palliatus). Esta ave limícola possui ampla distribuição geográfica, ocorrendo desde América do Norte até América do Sul, utilizando a costa do Rio Grande do Sul para nidificar e utilizar recursos disponíveis a partir das praias arenosas e costões rochosos da região. Este trabalho foi realizado em outubro de 2018 e teve como objetivo geral ampliar o conhecimento sobre os hábitos alimentares e reprodutivos da espécie, a partir  do mapeamento dos seus ninhos na zona de praia do PEVA (~29º21´50”S; 49º44´30”O), caracterização da vegetação em torno dos ninhos e análise da dieta destes animais através da coleta de fragmentos orgânicos (conchas) que ficam próximos aos ninhos. O mapeamento dos ninhos foi realizado com o uso de GPS e plotagem em mapa no software Arcgis. A caracterização qualitativa e quantitativa da vegetação foi realizada in situ com a utilização de parcelas de 1m² colocadas no local dos ninhos.  Foram utilizados os softwares R e Excel para a análise de distância dos ninhos e a análise qualitativa e quantitativa dos vestígios das presas encontradas. Como resultados, foram encontrados e amostrados seis ninhos com distância média entre eles de 325,83m (DP = 149,22m).  Foram identificadas 11 espécies vegetais, sendo Poaceae a família com maior representatividade. Os ninhos apresentaram pouca cobertura vegetal, revelando a preferência em nidificar em áreas descobertas. Com relação à dieta, as espécies de moluscos com maior quantidade de fragmentos encontrados próximo aos ninhos foram Olivanciallaria vesica auricularia e Amarilladesma mactroides. Os resultados prévios demonstram um possível territorialismo dessas aves, como já é descrito para espécie em outros estudos, e a preferência para construção dos ninhos em áreas com pouca cobertura vegetal, além do uso de invertebrados típicos de praias arenosas para alimentação. Apesar disso, estudos com maior esforço de amostral são necessários para melhor avaliar a abundância da espécie no PEVA e compreender como a espécie utiliza os recursos locais.