Com o aumento da produção em escala o Bioma Pampa vem sofrendo grande ameaça quanto a sua biodiversidade, devido à má utilização do solo, fazendo com que os donos dessas terras comecem a arrendar para o plantio de monocultura, acarretando ainda mais o desequilíbrio do ecossistema terrestre. Nesse sentido, é importante a construção de modelos produtivos biodiversos os quais possam promover a diversificação e qualificação ecológica da paisagem. Com isso, o presente projeto prevê a divulgação dos conceitos sobre sistemas agroflorestais e a valorização das espécies nativas do bioma pampa, especialmente aromáticas, ornamentais e medicinais. Dessa forma, serão envolvidos produtores familiares e estudantes da rede púbica do município de Santana do Livramento em atividades de sensibilização e práticas agroecológicas. Serão envolvidos 20 agricultores e 03 escolas de ensino fundamental e médio visando a identificação de espécies potenciais para inserção em SAF’s, a coleta de sementes no interior da Área de Proteção Ambiental do Ibirapuitã e a produção de mudas no viveiro do Campus Rural da UERGS. Para a identificação das espécies a serem utilizadas nos SAF’s serão utilizados dois aparatos metodológicos junto aos agricultores: a árvore da vida e a aplicação de questionário estruturado. Nas escolas, inicialmente será promovida a divulgação do projeto e posterior seleção de 10 estudantes por escola. Em seguida serão realizadas atividades de capacitação para a coleta de sementes e produção de mudas das espécies selecionadas pelos agricultores. As mudas produzidas serão utilizadas para a revitalização da Praça General Osório, que terá o projeto paisagismo elaborado na disciplina de Paisagismo da UERGS. A hipótese do trabalho é que o conhecimento sobre a biodiversidade local poderá estimular a geração de novos sistemas produtivos para os agricultores familiares da fronteira oeste. Entende-se que os resultados esperados do projeto têm dois pontos cruciais; 1) permitir que estudantes da rede pública ampliem seus conhecimentos conectando-os à realidade local; 2) que os agricultores familiares possam refletir sobre sistemas produtivos biodiversos, especialmente agroflorestais como instrumento de diversificação de renda e qualificação ecológica da propriedade. São iniciativas e práticas que irão promover a agroecologia e o desenvolvimento de inovações para a localidade.