O modelo tradicional da educação é composto por regras e prazos que podem deixar as aulas mais rígidas e mecânicas, além de afastar, de certa forma, o interesse do aluno pelo ambiente escolar. Como integrantes do PIBID/UERGS/TEATRO na Escola Estadual Técnica São João Batista, na cidade de Montenegro, queremos propor outro modelo, o de pensar ações contextuais para aquela realidade da qual estamos fazendo parte. Enquanto observávamos o espaço escolar, fomos desafiadas a interferir teatralmente em uma das aulas de Artes da professora supervisora do Pibid/Teatro. Fomos surpreendidas, mas aceitamos o desafio. Na turma 114, acompanhadas da professora supervisora, realizamos alguns jogos dramáticos e teatrais, com os mais de trinta alunos. Diante dessa vivência, somada às já feitas, surgiu um gatilho para o nosso projeto. Atitudes específicas de determinado aluno da turma, que foram absorvidos pelos demais como algo normal ou até mesmo engraçado, nos instigaram a pensar sobre posturas e reações desse tipo naturalizadas dentro da sala de aula e, por consequência, fora. Neste momento, aprendemos a importância em estarmos atentos aos acontecimentos, ao aqui-e-agora, ao que nos é oferecido como um presente, uma oportunidade de debater preconceitos seculares estabelecidos na sociedade. O projeto teatral vai iniciar nesta mesma turma, emagosto de 2017,com o objetivo de pensar nos mais diversos tipos de preconceito em relação às diferenças. Durante 50 minutos, uma vez por mês, o teatro servirá para discutir esse tema. Consideramos relevante levar para as salas de aula reflexões sociais que tratem das consequências da cultura de gênero enraizadas na nossa sociedade. Jogos teatrais, materiais audiovisuais e subsídios teóricos dos autores como Augusto Boal, com o Teatro do Oprimido, e de Bertold Brecht, com o Teatro Épico, nos ajudarão na desconstrução do sexismo linguístico com os adolescentes.