Última alteração: 2017-09-05
Resumo
O presente trabalho visa apresentar diferentes atividades realizadas nos dois últimos semestres, nos anos de 2016 e 2017, em turmas de 4º e 5º ano de uma escola estadual de Bagé. As atividades, em contexto com os Projetos “Da escola para a vida” e “Autor da minha história”, tiveram como eixo principal tanto a escola, enquanto instituição representada de diferentes modos para cada pessoa, quanto os estudantes, enquanto sujeitos aprendentes a partir das práticas construídas diariamente. Os projetos procuraram explorar formas de aguçar o senso crítico e questionador de cada estudante. A escolha deste objeto de trabalho justifica-se devido as observações realizadas em sala de aula, antecedentes ao projeto, em que ficou visível que muitos educandos não percebiam a educação e a escola como processo de caminhada para a vida, ou mesmo como uma instituição que contribui para dar sentido a ela. Para a construção e aplicação do primeiro tema, foram utilizadas histórias em quadrinhos, leituras de diferentes textos, desenho e pintura pelo contexto, e umas das mais significativas, que foram as entrevistas com os moradores do bairro. Para o segundo tema, foram utilizados quebra-cabeça, caça ao tesouro, cartas de diferentes crianças de outros estados brasileiros, escrita da sua própria história, observação e gravura da escola, entrevistas com os colegas, acerca das diferentes visões do bairro e escola inseridos, fotografias de diferentes escolas espalhadas pelo mundo, autorretratos e a visibilização de condições de vida de crianças do século XX. Se faz necessário a discussão destes dois temas para que haja uma comparação, não entre turmas, mas sobre diferentes olhares que se pode alcançar (ou não) com e sobre a escola e a realidade local. No primeiro tema, houve bastante discussão e fatos chocantes que os alunos relatavam através das atividades realizadas. No segundo tema, os debates já eram mais difíceis de ocorrer. Porém, a escrita, o olhar e a expressão de sentimentos constituíam, também, o processo. Grande parte dos alunos enxergavam a escola apenas como “passar de ano” ou como possibilidade de “se formar para ter um futuro bom”. Ocorria, então, nas discussões, as indagações acerca do que é ter um futuro bom? E, ainda, qual o papel da educação?