Sistema Eletrônico de Administração de Eventos - UERGS, IX SIEPEX - IX Salão Integrado de Ensino, Pesquisa e Extensão

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CARACTERIZAÇÃO PRELIMINAR DA PESCA DE COCA NO ESTUÁRIO DO RIO TRAMANDAÍ (RS)
Rossandra Firme CALABREZI, Fábio LAMEIRO, Mauricio LANG, Ignacio Benites MORENO

Última alteração: 2019-05-21

Resumo


A pesca de coca é realizada no Litoral Norte do Rio Grande do Sul, sendo praticada por diversas pessoas visando a captura de peixes de superfície. Esta atividade carece de caracterização quanto a descrição dos petrechos utilizados, perfil dos usuários e espécies capturadas. Além disso, ainda não é regulamentada, não estando enquadrada em atividade amadora, subsistência ou artesanal. O presente estudo tem por objetivos caracterizar a dinâmica da pesca, seus praticantes e descrever os petrechos utilizados, por meio de questionário semiestruturado. O estudo foi desenvolvido na desembocadura do estuário do rio Tramandaí, no município de Imbé. As informações foram adquiridas, após os pescadores assinarem um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. A pesca é desenvolvida por homens e mulheres com idades entre 32 e 73 anos. Utilizam principalmente a margem norte da desembocadura devido as características ideais para a prática da atividade (fácil acesso, elevada profundidade, piscosidade, entre outras). A coca é composta por uma rede (nylon, monofilamento) em formato cônico, um cabo de madeira e guias de amarras. A rede é presa a um cabo de madeira através de guias (nylon) que partem de um arame que circunda sua abertura. O cabo da rede geralmente é composto por uma taquara com comprimento médio de 317 cm (n=10; mín. = 240 cm; máx. = 350 cm; DP= ± 20 cm). A rede possui uma abertura (circular) de diâmetro médio de 169 cm (n=10; mín. = 137; máx. = 196 cm; DP= ± 8 cm), onde é presa ao cabo por 6 ou 4 guias. As malhas utilizadas variaram entre 1,5 e 7 cm (medidas entre nos opostos) e estão relacionadas com a espécie alvo: tainha (Mugil liza e M. curema), sardinha/manjuba (Lycengraulis grossidens) e peixe-rei (Odontesthes argentinensis e Atherinella brasiliensis). A modalidade da pesca de coca é considerada como sendo amadora para 90% dos usuários, embora 60% deles possuam alguma documentação formal de pesca (e.g. Registro Geral de Pesca ou Licença Ambiental). Há necessidade de regulamentação da atividade, pois diversas pessoas realizam esta pescaria em um ambiente altamente vulnerável para o desenvolvimento de diversas espécies de peixes.

Palavras-chave


Litoral Norte; Atividade pesqueira; Ambiente costeiro.