No contexto da Indústria 4.0, este trabalho busca estabelecer estratégias didático-pedagógicas para a educação em cursos de Engenharia considerando a concepção humanista de formação e metodologias para a composição de um ser social que questione o impacto das tecnologias sobre a sociedade. Tradicionalmente, o desenvolvimento direcionou-se para dentro das portas da indústria, todavia, com a evolução tecnológica e a mudança das necessidades humanas, notou-se a importância de se olhar para fora, a partir de uma visão humana e social, que tem um reflexo imediato na Educação em Engenharia.  Abordam-se, então, assuntos pertinentes à concepção pedagógica, também novas propostas didáticas considerando a importância de se avaliarem os benefícios e os desafios da Indústria 4.0. A maior expressão desta visão produtivista é a consideração exclusiva do PIB como índice que mede o avanço de um país.  Todavia, com o aumento da complexidade das relações sociais (crescimento da desigualdade, fenômenos migratórios, atos de terrorismo, autoritarismo, visões políticas extremistas, etc.) urge a necessidade de se pensar além deste viés, considerando cada vez mais outros índices de desenvolvimento, associados ao PIB. Utilizou-se então da cadeira Tecnologia e Desenvolvimento – que é consequência deste projeto – inserida no currículo dos cursos de Engenharia de Porto Alegre, onde as aulas enfatizaram as relações sociais na Engenharia, bem como novos conceitos, ferramentas e tecnologias. Ao decorrer das atividades, a interpelação multidisciplinar atrelou-se aos assuntos acadêmicos regulares, e então se formaram aulas e atividades expositivas e incitantes de debates do interesse comum, direcionando os alunos a um senso crítico e multifocal. O desenvolvimento do pensamento holístico proporcionou, por exemplo, que os alunos relacionassem índices de desigualdade e de IDH, com as taxas de PIB per capita de países, e os reflexos das análises do gráfico formado induziu à reflexão de diversos âmbitos acadêmicos e disciplinares, como a matemática, a geografia, etc. Diante destas colocações, entende-se que a multidisciplinaridade das ações e pensamentos, bem como as tecnologias e concepções emergentes do período 4.0, estão dominando os processos tradicionais, inclusive alterando o curso normal das atividades educacionais, necessitando ser incluídas ao sistema tradicional em prol da educação e do desenvolvimento profissional-humano.