A motivação deste minicurso foi a necessidade de valorização ecológica e cuidados com a fauna peçonhenta, considerando-se o grande número de encontros e acidentes com esses animais. Isto motivou um projeto de extensão que iniciou-se em 2019 tendo como base geográfica a região de Tapes. O minicurso é mais uma iniciativa do Núcleo de Pesquisas em Ecossanitarismo – NUPECOS. Pretende-se debater com todos os interessados a importância ecológica dos animais classificados como peçonhentos e a sua categorização como nativos ou exóticos. A seguir pretende-se abordar a importância de acidentes com esta fauna para a Saúde Coletiva, bem como os procedimentos adequados para as pessoas acidentadas. Vamos debater o quadro de acidentes na região de Tapes, os principais causadores e a relação etnozoológica com estes animais, que se relaciona com o seu extermínio mesmo em casos em que estão no seu ambiente natural. No Rio Grande do Sul, entre 2007 e 2016 houve 45447 casos notificados segundo o SINAN, numa tendência crescente. Na   Região de Saúde   onde situa-se Tapes, Carbonífera e Costa Doce, observou-se no ano de 2016 um total de 134 casos. Os grupos de animais predominantemente envolvidos nos acidentes são aranhas, serpentes e lagartas, havendo um crescimento nos acidentes com escorpiões. Há a preocupação neste caso com a disseminação das lagartas e escorpiões dos gêneros Lonomya e Tityus, cujas espécies são consideradas muito perigosas.  Vamos debater uma cartilha orientadora para quem encontrar estes animais, a parceria com lideranças comunitárias na região de Tapes e as ações educativas para que as comunidades possam entender a importância da preservação destas espécies em termos de biodiversidade e, ao mesmo tempo conhecer os riscos dos acidentes.