Sistema Eletrônico de Administração de Eventos - UERGS, 5º Seminário Institucional PIBID/UERGS: Compartilhar Experiências, Docência, Pesquisa, Arte e Ambiente

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MODOS DE SER DOCENTE ARTISTA UMA INVENÇÃO CONTÍNUA DE SI MESMO EM MÚLTIPLAS RELAÇÕES
Rafaela Deise GIACOMELLI, Carlos MÖNDIGER, Marli Susana Carrad SITTA

Prédio: Prédio 01
Sala: Sala 03
Data: 2016-09-02 04:30 PM – 04:50 PM
Última alteração: 2016-08-30

Resumo


Problematizar, questionar sempre foi para mim um exercício constante de vida. Problematizar a docência a partir do Pibid/Teatro/Uergs, vem com muita força e se mostra de forma crítica, como função de luta, de construção, de esperança e, por outro lado, de forma dolorosa, como vazios,  abismos e imensos buracos. Esse estado de vazio, muitas vezes me é constrangedor, outras vezes emite sentidos. Debruço-me sobre esse impronunciável. Essa designação linguística que dá sentido ao que não se pode dizer em palavras, uma ironia da linguagem, mas para mim, um acontecimento arrebatador, fértil de possibilidades sobre o fazer docente.  Tendo em vista, a construção de um conhecimento a partir do que me é desconhecido, temido, crio um espaço para a observação dos acontecimentos, para as coisas que se fazem e se refazem constante e continuamente ali, no espaço da escola, assim permitido que esse fluxo, me faça ter autonomia sobre o mesmo. Focault (2005) ajuda a entender, quando aponta que o sujeito não é dotado de toda consciência sobre as coisas que lhe acontece e, assim sendo, faz emergir um sujeito disperso e plural. Em meio a polaridades e disparidades aceitas como parte da vida, é que cavo reflexões acerca de minha experimentação de iniciação à docência, com crianças do primeiro ano do ensino fundamental, na Escola Municipal de Ensino Fundamental Esperança em Montenegro, uma das escolas na qual o subprojeto de Teatro se faz presente. O desejo de conferir lógica e sentido ao que experencio enquanto docente faz ter como associação a imagem do buraco, ao acontecimento que se da através de mim. Caminhando nesta direção, tento compreender melhor o que há entre o mundo da arte e o mundo da educação e de que modo a docência pode se dar a atravessamentos, a entre lugares, construindo-se enquanto experiência criativa e poética. Ela vai abrindo espaços para reflexão e, ao mesmo tempo, deixando espaços e muitos silêncios provocados por este entre lugar professor/aluno e, assustadoramente, convocando uma ação propositiva em sala de aula. A questão vai sendo debruçada sobre encontrar um lugar para pensar sobre si e sobre o fazer docente enquanto potência de reinvenção do ambiente escolar, possuindo como impulso, os princípios teatrais conhecidos no decorrer de minha trajetória acadêmica. O foco está em desenvolver um pensamento como possibilidade de cuidado e reflexão de si enquanto docente, tendo em vista, que o mesmo, está diretamente ligado ao outro, o discente; e de como é possível construir esse local de troca – de quem ensina aprende e de quem aprende ensina. Em palavras, frases formadas, tudo parece fácil e natural, deveria ser também na prática, mas não é. Cada dia que entro na escola e me ponho com muito respeito junto às crianças, percebo e sinto que a docência se constrói dessa forma, bem devagarinho dando um passo de cada vez, em direção aos enfrentamentos inevitáveis  que o compromisso da profissão docente traz.

Palavras-chave


PIBID; Docência; Reflexão de si.